faz-me lembrar do quão bom é ser pequenina.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
acerca dos crimes violentos
As pessoas precisam de desculpar o homicida. Para se sentirem melhores com a raça humana, talvez. Aconteceu porque a mãe abusou o assassino, em criança. Ou porque ele foi vitima de bullying, na escola. Quiçá os avós não lhe tenham dado suficientes presentes no Natal. Ou o pai trabalhava o dia todo,e não tinha tempo para fazer os trabalhos de casa com ele. Foi por isso, claro; ele era lá capaz de uma coisa dessas se não o tivessem maltratado. Podem não perdoar os seus actos, mas estas justificações explicam o comportamento monstruoso do criminoso.
As pessoas precisam de saber que esse homem cruel que roubou uma vida o fez porque teve um trauma qualquer; e querem acreditar nisso sentindo que têm o controlo e não aceitando nunca que a maldade pode estar em cada esquina, que um dia destes possa ser os filhos deles, ou os sobrinhos, ou alguém próximo com uma vida suave e de quem até gostam bastante.
As pessoas precisam de saber que esse homem cruel que roubou uma vida o fez porque teve um trauma qualquer; e querem acreditar nisso sentindo que têm o controlo e não aceitando nunca que a maldade pode estar em cada esquina, que um dia destes possa ser os filhos deles, ou os sobrinhos, ou alguém próximo com uma vida suave e de quem até gostam bastante.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
pessoas
.. e sentei-me no metro durante uma quantidade de tempo absurda, não sei se foram minutos ou dias, as pessoas entravam e eu reparava em quase todos os pormenores; a forma como a rapariga gesticulava para se justificar às suas amigas, o namorado que tentava apaziguar a discussão que anteriormente havia criado, o senhor cego que espera o momento em que alguém deixe cair uns cêntimos de compaixão. Antes disso, já tinha entrado uma senhora que se queixava do seu emprego e um homem que metia conversa com uns estudantes, fascinado com a lembrança dos seus melhores anos. Nisto tudo, uma mãe aninhava o bebé contra o seu peito, como se o cansaço não chegasse nunca. Eu deixava-me levar; tinha todo o tempo para constatar a inutilidade da vida, a dor do tempo, a mágoa de existir. As pessoas entravam e saiam, senhores de fato e senhoras de traje muçulmano, punks e góticos com meninas de pérolas, mulheres de cabelo armado e emigrantes estafados.Alguns deles reparavam em mim mas logo desviavam o olhar, pudesse a preocupação ser chamada de pecado.
E eu queria que eles olhassem para mim, queria que eles me vissem e ouvissem e queria poder dizer aquilo que eu mesma gostava que me dissessem, agora que estou cansada, agora que estou velha, que a minha casa está vazia à noite, e que eu não sou se não um poço de angústia, um rosto inexpressivo.
Se recuar trinta anos revivo os meus dias de meninice em que docemente me perguntavas : danças comigo? e eu, fugidia e arisca, dizia, comigo não tens sorte nenhuma, mas tiveste, tanta ou tão pouca que nos anos que se seguiram foste o único homem que amei.
Há um mês atrás entravas nesta estação. Caminhavas decidido, segundo os testemunhos. Só gostava que antes de saltares para a morte, te tivesses lembrado que podiamos ter dançado o resto da vida. Agora, não há sorte que me valha.
E eu queria que eles olhassem para mim, queria que eles me vissem e ouvissem e queria poder dizer aquilo que eu mesma gostava que me dissessem, agora que estou cansada, agora que estou velha, que a minha casa está vazia à noite, e que eu não sou se não um poço de angústia, um rosto inexpressivo.
Se recuar trinta anos revivo os meus dias de meninice em que docemente me perguntavas : danças comigo? e eu, fugidia e arisca, dizia, comigo não tens sorte nenhuma, mas tiveste, tanta ou tão pouca que nos anos que se seguiram foste o único homem que amei.
Há um mês atrás entravas nesta estação. Caminhavas decidido, segundo os testemunhos. Só gostava que antes de saltares para a morte, te tivesses lembrado que podiamos ter dançado o resto da vida. Agora, não há sorte que me valha.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
S. Valentim
é tão giro ver namorados que andam o ano todo à paulada, serem todos melosos só porque chegou o 'dia dos namorados'. Fraqueza de espírito, minha gente. O amor tem de ser provado todos os dias, sem serem necessários jantares românticos, idas ao cinema, rosas vermelhas, peluches pirosos com corações e frases cliché que inundam as bocas dos mais influenciáveis.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
não sabemos nada do que é esta vida
Antes nós lutavamos para que eles sobrevivessem a cada combate, para que não se ferissem, não passassem fome, não se magoassem, para que os mandassem de volta para o doce lar que cuidadosamente preparávamos para que à sua chegada a dor das vivências infernais que uma guerra pode provocar fosse menor. Eles lutavam para voltar sãos e salvos para os braços de raparigas como nós, que ficavam viúvas aos 18, 19, 20 anos; lutavam para não ter de matar ninguém, para não verem os seus camaradas amputados, a gemer, a pedir socorro, a ver a sua vida em flashback até ao momento em que sucumbem e fecham os olhos para sempre.
Agora nós lutamos para que eles nos mandem mensagem diariamente, não se esqueçam dos «dias especiais», passem mais tempo connosco ao invés de quererem jogos de futebol, de computador, qualquer coisa de fútil que lhes ocupe o tempo. Eles lutam pela próxima rapariga que se sente no seu colo e que rapidamente lhe tire as calças, num jogo onde só interessa qual dos amiguinhos se veio mais rapidamente.
Regredimos. E o mínimo que podemos fazer é prestar homenagem.
Onde foi que ficou o amor?
desabafo das 00h53
Não é fácil ser como somos. Não é fácil todos os dias aceitarmos o confronto entre os nossos sonhos e as nossas expectativas e tudo aquilo que é real, tudo o que somos ou não capazes de fazer.
Não é fácil levantarmo-nos de manhã e esperarmos que chegue o momento de voltar para os nossos lençóis quentinhos, desejando secretamente que o sono venha rápido e que nos deixe de tal forma envolvidos que não dê tempo para que o medo e angústia se sementem nos nossos corações.
Não é fácil ser sempre determinado, calar as dúvidas e avançar. Não é fácil querer o que sabemos que não podemos ter. Não é fácil darmos tudo e vermos os nossos bolsos cheios de nada.
Não é fácil esquecermos as batalhas que perdemos, mesmo quando conseguimos alguma vitória. Não é fácil desfrutarmos do que bom nos rodeia sem nos recordarmos de que em algum momento tivemos algo de diferente (não tem necessariamente de ter sido melhor).
Não é fácil aceitarmos que às vezes somos frágeis. Não é fácil assumirmos que estamos errados. Não é fácil seguirmos o caminho certo quando tudo o que apetece é voltar atrás e fazer tudo mal outra vez. Não é fácil.
Não é fácil viver. Por isso, enquanto os grandes se ocupam a fazê-lo, com muita mágoa, muitas noites de choro, muito cansaço, horas incontáveis de cabeça cheia e coração partido, os pequenos limitam-se a sobreviver, utilizando a palavra desistir como vocabulário principal.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
as férias estão a despertar o meu lado pussy
Quero um abraço fofinho dos meus amigos todos. E já. Só porque os amo incondicionalmente.
the leaves change but you don't
Let's carry the dawn on our shoulders
Relax as the days grow colder
Let's search for happy ever after
While we brace ourselves for disaster...
And I feel your heart beat a little faster
Your voice speaks a little softer
In here your eyes burn brighter and
I won't let you slip through my fingers.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
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